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Técnicos do IRS

Hoje veio a público que os técnicos do Instituto de Reinserção Social (IRS) que actuaram no caso da “Vanessa” foram alvo de um processo disciplinar que concluiu que a sua actuação foi negligente e que na sequência desse mesmo processo irão ser aplicadas medidas disciplinares.

É importante que comece a ser imputada responsabilidade quando as coisas correm manifestamente mal no sistema de protecção. A responsabilização é um elemento importante na melhoria da qualidade dos serviços e, neste sentido, espero que os técnicos aos quais são exigidas tamanhas responsabilidades saibam exigir à tutela e às suas chefias condições de trabalho (não estou a virar sindicalista!).

O que me surpreende é imaginar serviços que realizam avaliações sobre a qualidade parental sem nenhum instrumento estandardizado com valor psicométrico. Não conheço nenhum serviço, à excepção do Instituto de Medicina Legal, que realize perícias psicológicas fundamentadas em material de cariz científico. Isto apesar de tanto a Segurança Social como o IRS terem equipas multi-disciplinares, nas quais se incluem psicólogos.

Na verdade, o que acontece é que os técnicos e o serviços não têm na sua grande maioria acesso a material de avaliação nem a guiões de procedimentos, sendo a formação específica igualmente escassa.

Neste cenário, resta concluir que as avaliações dependem 90% do bom senso dos técnicos e 10% de algum material, e dizer que lamento o possível mal senso dos técnicos do IRS no caso da Vanessa.

PVS