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Perturbação Pós-Stress Traumático em Crianças Abusadas




Esta semana saiu na revista Time o artigo "Abused Children may get unique form of PTSD" de Maia Szalavitz, jornalista que se dedica às neurociências e cujo trabalho já foi premiado pela American Psychological Association. Neste artigo, Szalavitz refere-se a um estudo publicado recentemente nos Proceedings of the National Academy of Sciences. Aqui fica um resumo da Time e os links para leitura completa do artigo e da publicação científica.

Divya Mehta, uma das autoras da investigação, estudante de pós-doutoramento no Max Plank Institute of Psychiatry explica nesta entrevista que estudaram as células sanguíneas de 169 afro-americanos que participavam no Grady Trauma Project em Atlanta. A maioria deles tinha cerca de 40 anos. Alguns haviam sofridos maus-tratos na infância e todos tinham sofrido pelo menos dois eventos traumáticos significativos. Desta amostra, é de salientar que a maioria (108) é resiliente, ou seja, nunca desenvolveu Perturbação Pós-Stress Traumático (PPST). Nos 61 participantes que desenvolveram PPST, 32 haviam sido maltratados em crianças.

Os autores observaram as células sanguíneas dos 169 participantes e encontraram evidências de alterações genéticas no grupo de participantes que desenvolveu PPST e que tinham sido maltratados na infância.

Porque é que estas alterações são importantes?

Não se trata de alterações do ADN em si, mas da forma como este se expressa. Silenciando ou activando genes, altera-se o processo normal de produção de proteínas, sendo que estas desempenham importantes funções biológicas no corpo humano (e.g., enzimática, transporte, defesa, estrutural, hormonal, etc.). Estas alterações podem compromenter o desenvolvimento cerebral e predispor a doenças. Embora possam não ser permanentes, podem perdurar toda a vida e algumas podem ser transmitidas à geração seguinte.


Leitura completa do artigo da Time aqui.

Leitura do abstract (versão completa com acesso restrito) do artigo original aqui.